Quixelô foi emancipado de Iguatu em 1985 através de um plebiscito. A presença atual dos descendentes dos Quixelô, alguns com viva memória sobre seus avós e antepassados indígenas questionam o discurso colonialista sobre o "extermínio" dos Quixelô, no passado, e sua "inexistência" na atualidade. Vejamos o relato de Pe Couto que mostra a vitalidade da tradição Quixelô em 1958. Ele não era Quixelô, mas teve contato direto com essa população, a qual se refere como "aquela mesma gente" de "mesma feição", que mantêm "Aquele modus vivendi primitivo, recebido de seus maiorais, qual uma tradição sagrada, não se altera. Donde, quem quer se abalance a contrariá-los em seus seculares hábitos e costumes, verá, de frente, insatisfeita, uma população, que se julga ferida em seus bens etnológicos, herdados.(COUTO, 1960: 26). Há um Sertão indígena Quixelô a ser conhecido e reconhecido.

Fortalecendo as teorias que ainda existem Quixelôs no Ceará, foram reconhecidos uma etnia descendente destes, os Kariri-Quixelôs, na cidade de Iguatu.

O município está situado a uma distância de 22 quilômetros de Iguatu, capital regional do centro-sul cearense, cidade da qual era distrito e foi desmembrado em 1985. Suas histórias políticas, econômicas e culturais, no entanto, continuam fortemente unidas. O pequeno município com cerca de 16 mil habitantes, tem Iguatu como cidade irmã.

O município de Quixelô durante longos anos teve como fundamento econômico a cultura do algodão, até que a praga do bicudo dizimasse essa cultura no Ceará e no Nordeste. A base da economia quixeloense permanece na agricultura, principalmente no cultivo do arroz e na pecuária leiteira.

Grande parte do município é banhado pelas águas do Açude Orós, facilitando, assim, a irrigação dos terrenos ribeirinhos e a pesca. Em outras regiões do município foram construídos dois grandes açudes, quais sejam, Açude Angicos, localizado na região de mesmo nome com capacidade de cerca de 9 milhões de metros cúbicos e Açude da Carnaubinha do Faé localizado no Vale do Faé com capacidade de cerca de 24 milhões de metros cúbicos.

A cidade de Quixelô, marcada pela forte ancestralidade indígena do seu povo é uma terra fértil em arte e cultura. Herdou tradições e criou o novo. Berço de muitos artistas, fazedores de cultura e pessoas que dedicam seus mais diferentes ofícios para celebrar a nossa arte. São muitos os nossos poetas e poetisas, artistas plásticos, artesãos, produtores de todas as linguagens e apaixonados pelos nossos festejos juninos - Quiforró - e tradições populares e religiosas - Festos de São Francisco. Nos quatro cantos de Quixelô, seja partindo de iniciativas individuais, coletivas, esforços associativistas, há cultura pulsando no meio de nossa gente.

O município de Quixelô, localizado no estado do Ceará, integra a região Centro-Sul cearense e possui uma organização político-administrativa composta por uma sede municipal e diversos distritos e localidades.

Administrativamente, Quixelô é governado por um prefeito e conta com uma Câmara Municipal composta por vereadores eleitos pelo voto direto. A gestão municipal está estruturada em secretarias e órgãos que atendem às diversas áreas de interesse público, como educação, saúde, infraestrutura, assistência social, entre outras.

A cidade é dividida politicamente em distritos, sendo o distrito-sede o centro administrativo e urbano do município. Os demais distritos e localidades rurais têm importância fundamental na vida social, cultural e econômica da região, contribuindo com a diversidade e o dinamismo do município.

Atualmente, os principais distritos e localidades reconhecidos oficialmente no município de Quixelô incluem:

Sede de Quixelô
e Vila
Antonico.

Você sabia? O nome "Quixelô" tem origem indígena e significa “lugar onde se faz cerâmica”. A região era habitada por povos indígenas antes da colonização e ainda hoje guarda traços dessa herança cultural, que pode ser percebida em manifestações artísticas e tradições locais. A preservação da história e da identidade cultural é um dos orgulhos da população quixeloense.